As vezes precisamos dar um passo atrás para questionarmos a nossa pergunta. Existe mesmo uma relação de competição entre Inbound e Outbound?
Seja para profissionais, seja para entusiastas do assunto, falar sobre Outbound e Inbound Marketing não é mais nenhuma novidade. Já faz mais de uma década que acadêmicos e atuantes do mercado tem debatido as vantagens e desvantagens de optar – como se fosse preciso – por alguma das duas estratégias. Mas, em breve chegaremos nesse ponto.
Se os dois modelos tem como objetivo atrair clientes utilizando o marketing, eles não podem ser tão diferentes, certo? Errado. É inegável que, além de terem abordagens bem distintas, os dois caminhos funcionam de maneira diferente na maioria dos outros aspectos também. Antes de entrarmos em análises comparativas, vamos definir alguns conceitos.
Afinal, o que é Outbound Marketing?
É entendido como Outbound Marketing, qualquer tipo de marketing onde a empresa é quem inicia a conversa com o seu público-alvo. Anúncios em rádio e televisão, outdoors e ligações de telemarketing são alguns exemplos mais tradicionais desse tipo de estratégia.
No entanto, quem acha que o Outbound Marketing ficou na era analógica está enganado. Se você tem um smartphone, provavelmente também é impactado diariamente por inúmeras ações provenientes desse tipo de metodologia. Quando foi a última vez que você foi ver um vídeo do Youtube e, sem perceber, estava assistindo a um comercial de alguma marca? Ou então estava rolando a timeline e aquele anúncio chamou a sua atenção? Esse tipo de ação de marketing está completamente relacionada ao jeito outbound de interagir, onde as empresas são quem tomam a iniciativa.
Ok! Mas o Inbound Marketing é diferente?
Sim. Seguindo uma estratégia bem diferente, o Inbound Marketing usa como premissa a principal crítica feita ao outro modelo: as pessoas não gostam de ser interrompidas por anúncios. Por esse motivo, usando uma lógica que vai de encontro ao, até então, paradigma dominante, o Inbound sugere que o público pode ir até as empresas em busca de informação. E que essa relação entre anunciante e público final – vista por muitos como abusiva – pode ser mais agradável e menos intrusiva.
A empresa, por sua vez, deve produzir um conteúdo tão relevante e útil sobre o seu universo, que justifique o acesso/like/comentário/qualquer novo tipo de interação possa ter sido inventada depois que você terminar de ler esse texto. Você já leu um blog que pertencia a alguma grande marca? Já assistiu um vídeo do seu youtuber favorito em parceria com alguma empresa? Segue o perfil de alguma marca no Instagram? Surpresa: você está sendo impactado por estratégias de Inbound Marketing.
Inbound Marketing é um investimento a longo prazo.
Desenvolver um conteúdo relevante, sólido, frequente e que seja referência não é uma tarefa fácil. Além disso, os resultados tendem a demorar alguns meses para aparecer. Apesar de, em geral, ações de Inbound Marketing gerarem ROI’s muito satisfatórios, demora algum tempo para que uma empresa nova possa chegar a esse patamar. De acordo com o Google, não existe um tempo estipulado para que uma nova página seja ranqueada. Pode demorar dias, semanas ou meses até que ela seja indexada. O início do processo de retorno do investimento fica comprometido até que esse tipo de situação se resolva.
O Outbound Marketing não está morrendo e, talvez, nem tenha passado da sua adolescência.
É muito comum confundirmos Outbound Marketing com métodos de contato ultrapassados, como ligações irritantes de telemarketing, por exemplo. Mas a verdade é que o Outbound não está limitado ao universo analógico. E nunca esteve. Desde o surgimento da internet é possível ver essa metodologia aplicada. Se considerarmos as inserções de marcas em canais e perfis de influenciadores (e micro influenciadores), por exemplo, veremos diversos exemplos de ações de outbound marketing acontecendo em sua mais pura essência: empresas ativamente iniciando conversas com seu público-final.
Então qual é o melhor dos dois?
Aqui o problema está na pergunta. Apesar de serem estratégias antagônicas em diversos sentidos, elas, em momento nenhum, precisam ter uma relação de competição, onde só uma sairá vitoriosa. Quando se fala na complexidade do universo em que as empresas estão inseridas, é difícil afirmar qualquer coisa categoricamente e fórmulas mágicas tendem envolvem um alto grau de generalização.
Portanto, a empresa ideal não investe em um ou em outro, mas nos dois. Ambas metodologias podem – e devem – coexistir. Uma empresa com um Inbound genial, só terá vantagens em suas estratégias de Outbound. O oposto também é verdadeiro. Empresas que não executam o Outbound corretamente, não conseguem alavancar seu conteúdo Inbound com tanta facilidade. Mais uma vez: é uma relação de sinergia e não de competitividade.